sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Múltipla escolha.


Na minha ultima viagem, adquiri esse livro por acaso em Congonhas enquanto aguardava meu voo( o que mais se faz em aeroportos além de comer e olhar livros e revistas?) e venho aqui dizer que AMEI e recomendo. Já tinha lido uma crítica em algum lugar,que não recordo agora, sobre ele e fiquei interessada. Sem contar que adoro os textos da Lya Luft e isso também foi decisivo na hora da compra.
Ele não fala nada que nós já não saibamos sobre o cotidiano e comportamento humano. Um enredo sobre cotidianos dentro da trivialidade e sobre seres humanos falhos,indecisos, angustiados.O legal foi perceber com a leitura que as nossas falhas, os nossos problemas, os nossos anseios são normais. Detectei que não há nada de errado em cometer erros, em dizer te amo pra pessoa errada, em fazer uma mala de viagem mal feita, em planejar o "implanejável", em tomar banho de chuva,em brigar com alguém da família, em achar que gatos são menos companheiros que os cães e tantas outras coisas que por muitas vezes atormentam nosso ser e tange o limite da racionalidade.
A linguagem do livro é ótima. A sensação que tinha era que a autora estava ali, sentada ao meu lado, conversando comigo. E assim foram esses meus últimos dias...Pura leitura e reflexão.
Tem uma parte, dentre várias, que me chamou muito atenção e vou transcrevê-la só pra vocês sentirem o gostinho:
"...Indagações variadas nos perturbam, e temos poucas respostas. A família está acabando? Com tanta tecnologia, ainda haverá trabalho humano num futuro não tão distante? Estudar pra que, se não temos emprego? Casar pra que, se logo a gente se separa? Impor limites aos filhos , se assim vão se afastar de nós? Tentar algum rigor com alunos ,se depois os pais podem nos processar? Ser duros com criminosos, se logo os direitos humanos vão nos acusar? Ainda valerá a pena ter filhos neste caos? Em quem acreditar se tantos de nossos líderes parecem corruptos, e alguns dos melhores são perseguidos? Se a política já não inspira confiança, o que vai ser do povo, do país, de nós? Vale a pena a democracia? Ela funciona? Existe alternativa que não seja um regime de ferro que não queremos? Ainda existe moral? Posso querer moralidade sem ser moralista, sem parecer ridícula? Religião ainda faz sentido nesta civilização iconoclasta e que se diz avançada? (...)Com tantas incertezas, proliferam receitas e teorias infundadas.(...) Teorias demais paralisam o intestino natural. Quem ainda quer ser natural? Nessa falta de parâmetros, a tentação de experimentar pode se tornar uma ideia fixa. Tudo parece estar disponível: riqueza, beleza, juventude eterna,viagens, prazeres, promiscuidade( o que é que tem?), mil modos de abafar dúvidas e angústias. "

Vou parar por aqui senão acabo fazendo uma cópia e cópias de livros me fazem lembrar castigos de escola...rs!
Nesses dias que, entre o trabalho e a rotina da casa, eu me dediquei a leitura pude perceber que não senti tanta falta da internet. Pra falar bem a verdade passei bem, obrigada! Recebia mensagens perguntando: Por que você sumiu? Não te vejo mais no Facebook. Respondia: Estava ali, mergulhada no prazer e volto quando me saciar. Então quero salientar que se eu desaparecer virtualmente é porque as minhas opções de livros comprados ainda não acabaram. Aliás, vou ali começar um outro livro e volto pra contar a vocês como foi minha próxima viagem.

Bjo no coração!

2 comentários:

  1. Gostei do contexto, o q mais me chamou atenção foi a parte... "Casar pra q se logo a gente se separa"... mas... sseparam apenas os casais aos quais não tem tamanha afinidade e não sedem... porque conviver é seder... Por isso q vou casar de novo... rs

    Adorei teu blog, achei por ai...

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  2. Obrigada "My do Edu"!
    As pessoas estao dando outro valor ao casamento. Valor status. Se um dia eu entrar num casamento já com um pensamento de que não vai ser pra sempre eu não me caso....rs!
    Abraços!
    PS: Tudo na vida tem que haver uma certa pitada de renuncia e de sedimento. #fato

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